Rotina

Ponto de ônibus no condomínio

7h15: o ônibus da escola do Daniel (que fica a uma milha do condomínio) passa para pegar a turma que já está ali no ponto esperando. Um ônibus daqueles amarelos que costumamos ver em filmes. Às 15h15 o ônibus deixa a criançada no mesmo lugar. O Daniel almoça na escola. Em setembro, e por oito semanas, ele vai ficar mais duas horas na escola de terça a quinta para participar do clube de guitarra e fazer as lições.

University of Arkansas

8h15: a Macarcy me deixa em uma das entradas da Universidade do Arkansas. Dali eu pego um dos ônibus que circulam pelos estacionamentos (são vários estacionamentos) e vou para o prédio da Sam M. Walton College of Business. A Macarcy volta pra casa perto da hora do almoço.





8h30: ou até mesmo antes disso já estou no departamento de sistemas da informação. Meu companheiro de sala chega geralmente mais tarde. Tenho aulas todas as segundas (Advanced Multivariate Analysis) e quartas (Social Network Analysis in Information System Research). Nas terças-feiras logo depois do almoço participo da reunião de departamento que tem uma programação de apresentações e discussões de papers. A sala de aula fica dentro do departamento, bem em frente a minha sala de estudo. Ou seja, não dá pra se atrasar de forma alguma.

Sam M. Walton College of Business

Mesa de trabalho

Como o almoço do americano é muito rápido, as aulas e reuniões começam e terminam em horários muito estranhos para nosso padrão. Eles usam a hora de almoço para aulas e reuniões sem reservar muito tempo para realmente comer alguma coisa. Ao mesmo tempo todo mundo está toda hora com alguma coisa entre a mão e a boca, comida e/ou bebida. No departamento existe uma cozinha com geladeira, freezer, forno elétrico, forno microondas, cafeteiras (umas 3), máquina de fazer donut, chaleira elétrica, etc. As pessoas preparam alguma coisa ou simplesmente enchem aqueles "baldinhos" com café e vão pra sala de aula. Ainda estou me adaptando ao esquema deles. Eu volto pra casa de ônibus que é a forma mais rápida e prática de se locomover por aqui. 

Terminal de ônibus da UoA

Olho do furacão

Esperando o Isaac

Na verdade o Isaac foi rebaixado de furacão para tempestade em alguns pontos por onde ele está passando. Espero que ele enfraqueça mesmo.

Pelo forecast (que aqui parece ser bem preciso) teremos o pico passando pelo Northwest Arkansas (marquei com uma estrela vermelha no mapa abaixo) às 13h00 de sexta-feira. A previsão é de 5 a 10 centímetros de chuva. Ficaremos exatamente no olho do furacão. Ontem a noite (quarta-feira) já recebi uma ligação de um sistema de mensagens automáticas avisando pra mandar o Daniel com capa de chuva para a escola na sexta-feira.

Eu e meu companheiro de cela nos declaramos impedidos de fazer permanência do doutorado e ficaremos em nossas casas vendo a chuva passar. Espero que passe sem danos. Hoje o sol continua forte e a temperatura de 33 ou 34 graus.

Como informação geral a Dorothy da foto estava no Kansas e não no Arkansas !

Sentiremos falta (parte 1)

Reeses's Original

Cereal Reese's

Algumas coisas que estamos comendo e bebendo por aqui já entraram na nossa lista de coisas que com certeza sentiremos falta. 

Desde minha primeira viagem para os Estados Unidos eu viciei em Reese's. 

De longe é o meu chocolate preferido. Originalmente ele é um copinho de chocolate recheado com manteiga de amendoim. A manteiga de amendoim por si só já é um item que vai fazer falta. Da última vez que viemos levamos alguns potes pro Brasil e que conseguiram passar pela alfândega e vigilância sanitária.

O que é legal é que a cada ida no supermercado nós descobrimos um novo produto que é feito com Reese's. Já vimos barrinhas de chocolate, sorvete, barra de cereal, biscoito, cookies, cereal, torta, bebida, e tem um monte de coisas que estão na nossa lista para experimentarmos. Nossa última investida foi no cereal matinal. Muito bom!

Outras coisas gostosas para ficar no tema café da manhã são:
- os bagels (pãozinho que tem a massa cozida e depois assada), colocamos na torradeira e passamos cream cheese. Bem "embatumado" como dizia minha avó.
- panquecas de blueberry, que já compramos prontas e congeladas. Basta colocar na torradeira e ela fica como se tivesse acabado de ser feita.
- suco de laranja, que provavelmente deve vir do Brasil, mas que compramos por aqui literalmente em galões (um frasco tem um galão = 3,78 litros) por um preço muito barato.

Bagels

Panquecas Blueberry e Regular

Galão de suco

Segunda semana

Nossa segunda semana começou com o início das aulas. Devido Fayetteville ser a cidade da Universidade do Arkansas, aqui temos 11 linhas de ônibus de graça por conta da universidade. No nosso condomínio passa a linha TAN. Vai até uma estação central, dentro da universidade e depois volta. Nessa estação você pode desembarcar de um e entrar em outro sem problemas. Para se ter uma ideia do tamanho da universidade, existem 2 linhas que só ficam circulando pela universidade, levando de um prédio para outro. No mesmo ponto aqui do condomínio também pára o ônibus escolar do Daniel.
As aulas do Daniel começam às 7:45h e o ônibus passa aqui entre 7:10h e 7:15h. Tem uma turma grande do condomínio que vai para a mesma escola do Daniel. O nome da escola é Owl Creek (Riacho da coruja). Daniel estava preocupado em como seria na escola nova, os novos amigos, a língua. No primeiro dia, chegou em casa às 15:15h (sua aula vai até 15h) meio chateado, quieto. Não fez nenhum amigo, mas foi seu primeiro dia em uma escola nova, país novo. Jogou basquete no intervalo e fez uma cesta. Os meninos começaram a conhecê-lo. Na terça ainda estava meio chateado e quando voltou da aula não tinha melhorado muito. Mas aos poucos foi contando como foi o dia e do que tinha gostado. Na quarta chegou em casa todo animado. Fez um amigo, jogou mais basquete...Estava entrando na rotina da escola. Na quinta acordou antes que eu, todo animado e disposto. Na volta contou que jogou futebol americado e gostou. Na sexta teve um teste de matemática, o qual acha que foi bem. Ricardo e eu estamos mais tranquilos com a animação do Daniel. Como sabíamos... ia ser difícil no começo, mas com o tempo, achamos que o Daniel vai ficar chateado de voltar para o Brasil.
Para minha escola o transporte é complicado. Tenho 3 opções. Pegar a nossa linha TAN, ir até a estação central, pegar a linha BLUE descer num ponto que fica longe da minha escola e ir a pé. Outra opção é quando desço do BLUE pegar um outro ônibus. Só que esse passa de hora em hora. E a terceira opção, que é que estou usando agora, é ir de carro. De carro levo menos de 15 minutos para chegar. Muito rápido! Ainda quero experimentar ir de ônibus e andar um trecho a pé para ver se é muito difícil ou se dá para encarar. Meu primeiro dia foi um pouco assustador. Foi difícil para conseguir me comunicar e entender o que falavam. Fiquei mais como ouvinte. Consegui voltar para casa direitinho. Na terça já estava mas fácil, conseguia entender mais e até arrisquei algumas frases. Saíam meio truncadas, mas no momento, foi o que consegui. Na quarta foi mais fácil ainda. Já não estava com tanto medo de falar errado. Na quinta foi melhor. Estava mais solta e querendo falar. E para quem me conhece, sabe como é difícil ficar quieta por muito tempo.
O Ricardo sai de casa junto comigo. Tanto ele pode pegar o ônibus aqui no ponto perto de casa, como pode ir junto comigo um trecho. Deixo-o no estacionamento 56, onde ele pega a linha PRETA ou VERDE e vai até o prédio onde ele tem aula e faz as permanências do doutorado. No primeiro dia, para ele, também foi complicado um pouco, mas logo ele conseguiu se encontrar. Nas terças, quartas e quintas a noite ele vai numa escola de inglês para fazer aulas de conversação.
Foi uma semana cheia de descobertas para nós três, e como diz a música do Paul McCartney "it is another day". http://www.youtube.com/watch?v=6cYmf5WDies&feature=share

Primeira semana em Fayetteville

Mudamos para nosso apartamento. Uma graça!
Para quem quiser conhecê-lo por dentro, tem um vídeo no youtube http://www.youtube.com/watch?v=HwYtQlqW55w.
Fizemos uma lista do que precisaríamos comprar para deixá-lo habitável.
Fomos ao Walmart, uma delícia de mercado. Tem tudo que possam imaginar, desde alimentação a farmácia. Os meninos se divertem na sessão de eletrônicos, e eu claro, na sessão de beleza. Tanta coisa que dá para se perder!
Bom, vamos voltar ao essencial. No primeiro dia compramos lençois, travesseiros, algumas comidas, água, produtos de higiene. Ficamos abismados com o preço das coisas. Muito barato comparadas com as no Brasil. No segundo dia fomos nas lojas de móveis e utensílios usados. Algumas coisas são muito caras, porque são antigas além de velhas. Nós procurávamos por uma cafeteira, um forno microondas, cadeiras, mesa, luminárias para a sala.

Numa delas, escontramos um microondas por 23 dólares, uma cafeteira da Delongui de 14 xícaras por 7 dólares. Pegamos os dois. Vimos também uma torradeira que faz até 4 torradas ao mesmo tempo. No momento não demos muita atenção a ela, mas no outro dia voltamos e compramos. Pagamos 7 dólares, mais barata que outras que só faziam 2 torradas.
Bom, ainda faltavam mesas e cadeiras. Compramos uma mesa de desmontar no Walmart e 3
cadeiras em lojas de usados. Colocamos na cozinha para podermos fazer as refeições. Só que com o uso dos computadores perdemos a mesa. Então o Ricardo encontrou uma no site Craigslist (um site bem legal onde as pessoas vendem todo o tipo de coisas usadas por preços muito, muito baratos). Fomos buscá-la no sábado, uma mesa da Ikea com 4 cadeiras, também compramos da mesma pessoa uma estante para colocarmos nossos livros. Trocamos as mesas e colocamos a maior na sala onde estão os computadores, e agora temos uma mesa da cozinha própria para as refeições.
Na quarta fomos a minha futura escola para fazer minha matrícula. Fizemos um teste e na manhã seguinte era para comparecermos para sabermos o nível, sala, professora. Chegamos lá e acabamos ficando com a mesma professora, Eurin. Muito simpática. Mas para o Ricardo, a turma não ia suprir suas necessidades, então decidimos que ele procuraria outro lugar e eu viria como seria.

A semana também foi de procurarmos um carro para comprar. Nossa, foi uma novela a parte! Primeiro a maioria das lojas de carro aqui vendem a prazo, as que vendem à vista tem cada carro que da medo de entrar e sair dirigindo. Fomos numa loja de pai e filho, onde os carros eram baratos, mas batidos, super rodados, e o filho (um dos donos) nunca estava, só falávamos com o pai. Ficamos com receio de comprar com eles, porque Ricardo e eu entendemos de carro tanto como meu pai de computador (desculpe pai). Continuamos procurando. quando, na quarta encontramos por engano uma loja de venda de carros chamada Lewis. Paramos para dar uma olhada, só carrão. Camaros, Chrysler e outros. O Ricardo explicou para o vendedor nossa situação (estudante convidado, sem trabalho, sem seguro social e tendo que vender o carro daqui 6 meses) e o vendedor foi muito legal conosco. Acabamos comprando nossa USS Enterprise com ele.  Na sexta de manhã fomos devolver o carro alugado no aeroprto e aprender os caminhos para ir para minha escola.

Nessa primeira semana também aproveitamos para conhecer um pouco a cidade. Essa é a praça central. Estava um calor de rachar (perto dos 40 graus) era domingo e todas as lojas fechadas, inclusive as sorveterias. Voltamos logo para casa pois o calor estava muito forte.






Praticamente, nossa primeira semana foi, comprando, procurando, adimirando, descobrindo. Descobrimos que aos domingos não se vende bebida alcoólica no estado. Foi meio triste essa descoberta, mas agora nos planejamos melhor e não vamos mais deixar para domingo.
Semana cheia!!!!

Chegando em Fayetteville, Arkansas

Vista aérea do Arkansas

Chegamos no aeroporto do Northwest Arkansas às 9h30 do dia 11 de agosto de 2012. O aeroporto é muito bonito, novo, limpo e organizado. As salas de espera têm cadeiras de balanço, como essas que aparecem na foto. O Arkansas é um estado muito conservador e agrícola. A população do estado inteiro é a mesma da grande Curitiba. Nessa época do ano, está tudo muito seco. A grama está de um amarelado para marrom, verde somente as árvores. Mas mesmo assim a paisagem é muito bonita. As casas são bem típicas e muitas lembram casas de fazenda de filme de cowboy. Na verdade no aeroporto vimos uns autênticos cowboys, que só faltavam estar usando esporas.

O aeroporto XNA

Pegamos nosso carro alugado, passamos para conhecer o condomínio onde vamos morar, mas por conta do nosso atraso acabamos não encontrando a gerente do local que iria nos recepcionar e assinarmos o contrato de locação. Mais tarde passamos por lá e pegamos a chave que o pessoal que estava fazendo a manutenção geral do apartamento nos deixou. O pessoal nos deixou um presente de boas vindas. Todo mundo parece muito educado e simpático por aqui.

Fomos contratar o serviço de Internet e TV a cabo, mas por conta da volta às aulas só teremos o serviço instalado na sexta-feira.

Presente de boas vindas

Vamos ficar meio off-line ou roubando acesso de alguns lugares públicos tipo Starbucks... :-)
Também começarmos a pesquisar carros para comprarmos. Recusamos um Hyundai 2003 por U$ 3.500 dólares pois achamos que estava muito rodado... Coisas daqui...
Também fomos no Walmart comprar alguns itens de primeira necessidade. A cidade está cheia de novos alunos da Universidade do Arkansas. Os pais vieram trazer os calouros e suas mudanças para os dormitórios e apartamentos. Muitos foram ao mercado para comprar exatamente os mesmos tipos de coisas que nós. Passamos pela universidade e as filas de carros para descarregar os alunos estavam enormes. Vai ser assim durante esse final de semana e o próximo.
A universidade tem mais de 23 mil alunos e se considerarmos que a cidade inteira tem uns 70 mil habitantes, dá pra ter uma noção da importância dela para toda a economia da cidade.

Primeiro: uns dias em Nova York

Rockefeller Center

Antes de chegarmos ao nosso destino final nos programamos para passar 3 dias e meio em Nova York. O Daniel não conhecia a cidade e tentamos fazer uma passada geral para ele conhecer os principais pontos. Como ainda estão nas férias escolares nos EUA a cidade estava cheia de turistas americanos e de fora. Cada esquina uma língua diferente. Demos preferências para os passeios padrões. Dedicamos um dia para o passeio Downton, outro para um cruzeiro pelo Rio Hudson e Downtown, e no terceiro dia ficamos quase o tempo todo no Museu de História Natural.
Dispensamos as compras por já estarmos bem carregados para nossa estadia no Arkansas e por conta das lojas estarem entupidas de chineses, japoneses, italianos, e até espanhóis.

Broadway St

Depois do almoço do quarto dia (sexta-feira, 10 de agosto), debaixo de uma chuva depois de 3 dias de muito sol e calor (acima dos 30 graus celsius) fomos para nossa conexão para o Arkansas no aeroporto de Lagardia. Quando chegamos lá, para pegar o vôo das 16h00, descobrimos que ele tinha sido cancelado por conta de uma tempestade que se aproximou de NYC. As opções da American Airlines eram:  (1) entrar em fila de espera para um vôo para Dallas que sairia às 18h00, passar a noite lá e só no sábado seguir para o Arkansas, ou (2) esperar em Nova Iorque até domingo para pegar um vôo via Chicago. Tudo isso sem nenhuma ajuda da American Airlines...

Ainda bem que conseguimos embarcar no vôo para Dallas e ficamos com a opção (1). Chegando em Dallas nós arranjamos um hotelzinho perto do aeroporto que demorou a mandar um carro para nos apanhar e por conta disso acabamos indo dormir depois da meia-noite para ter que acordar às cinco e meia para pegar a continuação do vôo para o Arkansas. Sofrimento...
Embarcamos às 8h30 em um jato da Embraer que nos levou até o aeroporto de Northwest Arkansas. Daí foi só alegria novamente.